segunda-feira, 25 de maio de 2009

Aniversário da Casa do Bicho


No último sábado foi aniversário lá da clínica, completamos 4 anos já. Desde o final de semana anterior eu queria fazer alguma coisa, programar, convidar os clientes. Acontece que a Renata iria viajar no fim de semana do aniversário, acabei adiando. Na sexta-feira, dia 22, ela me avisa que adiou a viagem, então acabei organizando tudo de última hora.
Liguei para os representantes até a hora do almoço já tinhamos ganhado vários brindes. A König nos cedeu dois frascos do vermífugo Basken Suspensão plus 5, a Purina Pro Plan mandou um saco de 3 kg da ração Proplan Puppy, um saco de 3 kg da ração Cat Chow e vários saquinhos de Doguitos, a OuroFino deu trinta comprimidos do vermífugo Rico Composto, A Royal Canin cedeu diversas amostras grátis de rações para várias raças, adultos e filhotes e também mandou 6 sacos de um quilo da ração Indoor Júnior.
Mandei um e-mail para vários os clientes, liguei para outros, convidando para virem comer bolo, cantar parabéns e participar do sorteio de brindes.
No sábado eu tomei um bom banho, me arrumei bem bonita (até brinco eu usei, mãe!!) e fui para a clínica. Cheguei mais cedo, ajeitei as coisas, imprimi uma faixa.
Todos os clientes que foram na clínica participaram do sorteio, os pacientes receberam vermifugação, brindes. Cantamos parabéns, comemos o bolo.
Teve dois rapazes que queriam muito que a cadela deles ganhasse o sorteio, como não ganhou, eles levaram dois pedaços de bolo na barriga e um na mão, CADA um, para casa.
Ainda bem que deu para todo mundo.
Tivemos clientes que foram para banho, tosa, vacina ou só pra prestigiar, recebemos flores...
Sobraram vermífugos e brindes, vamos continuar presenteando os clientes durante a semana.
Obrigada, meu Deus, por mais um ano. Segundo o Sebrae, 50% das empresas fecham antes de dois anos e cerca de 60% não conseguem manter suas portas abertas por mais de quatro anos (fonte).

FOTOS:

Eu e Renata


Fernanda, eu e Danilo


João, Lucky e Denys


Luna e Janaína


Maia


Meninas e Nancy

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Gatos, gatos e gatos


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sábado, 16 de maio de 2009

Manifesto em Defesa ao Profissional Médico Veterinário


Nessa semana eu recebi um email de um colega veterinário, que continha diversas reclamações ao Ilustríssimo Sr. Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária. A principal reclamação é a desvalorização da classe. 

Vou transcrever o Manisfesto, sob autorização do colega Gromiko Komatsu Lima.

"Ilustríssimo Sr. Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (C.F.M.V.), Benedito Fortes de Arruda, viemos por meio deste manifestar nossa indignação quanto a freqüente depreciação a qual o profissional, médico veterinário, está sendo alvo. Conseqüência de muitos anos de um completo e irresponsável gerenciamento da carreira e do posicionamento de milhares de profissionais médicos veterinários neste país, seja por falta de uma formação ética e qualificada nas faculdades de Medicina Veterinária espalhadas pelo Brasil, seja pela completa desvalorização da profissão pelo Governo em todas as suas esferas e pela incompreensível e estatizada postura retrógrada dos órgãos fiscalizadores do exercício profissional representados em sua esfera máxima pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Podemos citar os recentes casos ocorridos pelos meios de comunicação nacional, o primeiro observado no programa matinal “Mais Você”, da emissora Rede Globo, exibido dia 20 de abril de 2009, onde fora convidado um treinador de cães para falar sobre saúde de cães, sendo abordado temas como castração, obesidade, caudectomia e quimioterapia. Outro absurdo observado ocorreu no programa diário, exibido pela emissora Bandeirantes, “Dia-a-Dia”, no dia 27 de abril de 2009, onde o seu apresentador ofendeu a todos os profissionais médicos veterinários, nos classificando de “traiçoeiros”, me questiono os motivos que levaram a esta pessoa formar tal conceito de um profissional que existe desde 4000 a.c., segundo papiros encontrados no Egito em 1890.

O Médico Veterinário é um profissional que muito pode contribuir para a sobrevivência de uma nação e de um povo que necessita de orientação, de cuidados e de prevenção no que diz respeito a tantos e desconhecidos conceitos de saúde pública e preservação da sanidade animal e do próprio ser humano, por meio de sua atuação em fazendas produtoras de alimentos, como clínicos, pesquisadores, consultores, entre tantas funções, visando à produção de alimentos mais saudáveis e livres de agentes nocivos, ou até mesmo os profissionais que atuam em frigoríficos, inspecionando tais alimentos. Não podemos esquecer também os profissionais que atuam na área de fiscalização agropecuária e/ou defesa animal, sendo muitas vezes verdadeiros “defensores públicos” dos interesses da nação. 
Nação cada vez mais exigente por uma melhor qualidade de vida para si e para seus animais de companhia, que muitas vezes são tidos como “membros da família”, tamanha sua importância dentro da sociedade moderna, e aí encontraremos o profissional médico veterinário sempre disposto a oferecer o melhor atendimento e tratamento a estes “membros familiares”, virando em alguns casos “amigos” desta família. 
Nestes tempos onde se fala muito em preservação do meio ambiente, muitas vezes esquecem que tão importante quanto nossas florestas e seus recursos naturais temos os animais que habitam essas florestas e aí encontramos o profissional médico veterinário, juntamente com outros profissionais, por que não dizer “lutando” para a preservação de espécies deste que é o país de maior biodiversidade do mundo. Encontraremos também, o profissional médico veterinário atuando em parques zoo-botânicos e zoológicos preocupados em tratar dos animais que ali ficam enjaulados, privados de seu habitat natural, ou então recuperar animais que foram apreendidos de verdadeiros traficantes de animais, e levados a tais profissionais.
Não podemos deixar de falar de professores e pesquisadores que por inúmeras vezes cedem seus conhecimentos, que objetivam, entre tantas pesquisas, a cura de doenças que afetam nós seres humanos. Nos calamos diante da opressão da mídia que nos colocou como “ médicos de cachorro” ou “ carimbadores de salsicha” quando muitas são as nossas ações na vida de cada brasileiro.

Podem nos acusar de classista, e assumiremos com todo o orgulho a denominação em todo o caráter positivo que ela tenha, se for para defender a profissão que abracemos com tanta paixão que já faz parte de mim de forma indivisível, mas não me porei cego diante de nossas próprias deficiências e mazelas.
Nossos órgãos de classe precisam entender que não queremos apenas anúncios em rede nacional no dia do Médico Veterinário, queremos sim uma ação focada no resgate de nossa imagem perante a sociedade que não conhece o que podemos fazer por ela. O que desejamos é que esse sentimento de revolta alcance todos os colegas para que não se acomodem mais e que tenham a certeza do valor que cada um tem nessa sociedade, acreditamos que uma força tarefa de postura e informação, ética e inconformismo pode mudar este cenário patético em que se encontra a Medicina Veterinária neste país.

Reconhecemos que nenhuma mudança é fácil, sair da zona de conforto é difícil, mas acreditar que mesmo estando neste país de um “DNA” sujeito à coisas erradas, decidir fazer a coisa certa é o melhor caminho, sempre!.


Por isso Sr. Presidente, acredito que quando alguem ofende ou ignora o profissionalismo de um médico veterinário este o esta fazendo a toda classe profissional do médico veterinário, os aqui citados, assim como aqueles cujo não mencionados, por isso viemos por meio deste solicitar ao conselho de classe ao qual fazemos parte que intervenha, em defesa de todos os profissionais médicos veterinários inscritos nesta instituição, solicitando retratação destes meios de comunicação acima citados, com a presença de um veterinário desta instituição para explanar sobre a importância deste profissional no cotidiano da população e nas diversas áreas em que atuamos, ou formalize uma carta de repúdio pelas agressões sofridas verbalmente."

ASSINO EMBAIXO



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quarta-feira, 13 de maio de 2009

INSCRIÇÕES ESGOTADAS

Nesse ano o 34º Congresso Mundial de Clínicos de Pequenos Animais, o WSAVA, juntamente com o 30º Congresso Brasileiro da Anclivepa, o 9º Conpavepa e o VI Congresso FIAVAC acontecerão em São Paulo, na mesma ocasião, nos dia 21 a 24 de Julho de 2009, no Hotel Transamérica.
Claro que eu vou. Me inscrevi desde Janeiro e ainda mandei dois trabalhos para pôster, espero que sejam escolhidos.
Nessa semana eu estava namorando o site do congresso e vi que já acabaram as inscrições.
Estou ansiosa para chegar o dia. É tão triste quando acaba. Adoro as feiras e tudo mais. Junto com esse congresso, vai acontecer a 8ª Pet South America, que é a feira, com vários expositores do mundo todo, muitas novidades.
Na lista dos palestrantes, tem muita gente que já escreveu bons livros usados por veterinários do mundo todo.
A programação do congresso está bem variada. (dia 21, 22, 23 e 24)
Tem também a programação social com Cerimônia de Abertura, Jantar de Gala, Festa Brasileira, e Cerimônia de Encerramento com festa de apresentação da Suíça, país que irá sediar o próximo WSAVA.
Todas essas informações estão no site do WSAVA2009.
Espero encontrar muitos de vocês por lá

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sábado, 9 de maio de 2009

Autorizações


Depois da aventura atrás da Puru, eu fiquei zanzando pelo hospital. Fui pesquisar artigos para a tese, pesquisar sobre a possibilidade de fazer um doutorado... dentre outras coisas. Fui para casa torcendo para que a polícia não me parasse (carteira vencida desde dezembro/2008) e descansei.
No mês passado tivemos mais gastos pela minha ausência na clínica, e a clínica está com a corda no pescoço nesse mês. Recebi uma ligação da clínica, era a Renata: Alice, nem vou perguntar se você pode porque você tem que poder.. que horas você vem para operar uma piometra (infecção no útero)?
Claro que eu me disponibilizei no mesmo instante. Fizemos essa cirurgia com calma. Foi tudo tranquilo, apesar do estado da cachorra estar muito ruim. Ela já estava sofrendo dessa infecção há cerca de 30 dias, como era uma infecção fechada, isto é, não havia drenagem de pus pela vagina, o quadro tendeu a piorar muito rápido. Durante a tricotomia a pele da cachorra se soltava, estava muito desidratada. Eu, como anestesista, conversei calmamente com os proprietários sobre as não só possíveis como prováveis complicações. Foi a maior piometra que eu já vi na vida. Não estava muito pesada, era um útero de cerca de 3,5 kg, para uma cadela de 20 kg, mas o útero estava muito dilatado, qualquer movimento mais brusco já causava rompimento. (foto para curiosos)
Nessa mesma semana, tínhamos outra cirurgia para fazer, e eu anestesiar. A Mimi, uma cadela de 13 anos. Era a retirada de tumor de mama, relativamente simples, mas anestesiar um animal de 13 anos é muita responsabilidade. Conversei com o dono sobre as complicações... e o mesmo:
"Olha, não vou assinar o termo antes de falar com meu pai não, ele é muito rigoroso."
Então nós esperamos o pai chegar, e o mesmo já chegou conversando:
"Olha doutora, estou com pressa e me fale rapidamente o que aconteceu?"
"Veja bem, Sr, eu preciso que vocês autorizem a cirurgia tendo conhecimento dos riscos. Apesar dos exames dela terem tido bons resultados e de utilizarmos a anestesia inalatória que é mais segura, ela não está livre dos riscos, até pela idade."
"Mas eu tenho que assinar isso por que?"
"Sr., eu sofri uma cirurgia há cerca de 30 dias e precisei assinar um termo que dizia que eu poderia ter falência de órgãos e morte cerebral. O senhor precisa saber dos riscos para autorizar ou não. Não fazemos sem autorização."
"Sim, mas ela vai morrer? quantos porcento de chance de isso acontecer?"
"Olha, Sr, é difícil dizer... cerca de 30%."
"Ok, então vamos deixar para fazer na semana que vem, vou preparar a família, está marcado.
Por que eu confio em vocês, se fosse aquela outra veterinária que atendia a Mimi e (virando-se para a recepção) é uma INCOMPETENTEEE que prescreveu um remédio do coração que minha cadela não precisava, eu não deixava."
"Sr., deixe disso, não se aborreça"
"Ahh, me aborreço sim, eu sou consumidor e tenho direito de reclamar, e sou advogado, sei de... blablablabla"
e por aí foi

no final do dia, havíamos remarcado a cirurgia e eu disse: "Renata, se o camarada detesta a outra veterinária porque ela prescreveu um medicamento errado, imagina se essa cadela morre na nossa mão sem ele ter plena consciência dos riscos?"

Para diversos tipos de procedimentos na clínica nós aplicamos um formulário de autorização, são eles:
Para internamento: onde o cliente autoriza o internamento e a aplicação de todos os medicamentos necessários e realização de exames.
Para cirurgia e pós operatório: onde o cliente alega estar ciente dos riscos e mesmo assim autoriza o procedimento e se responsabiliza pelos cuidados pós operatórios do animal. Caso não possa prover com os cuidados, assume que vai procurar internamento apropriado.
Para utilização de medicamentos potencialmente tóxicos a longo prazo: algumas afecções são tratadas com medicamentos que a longo prazo podem causar danos em fígado, coração ou rins. Portanto o proprietário alega que sabe dos riscos e assume trazer o animal para exames periódicos para avaliação da função dos órgãos.
Para eutanásia: Onde descrevemos o quadro do animal e o proprietário alega que entendeu toda situação, é o responsável pelo animal, se decidiu, por conta própria, pela eutanásia, e assim, autoriza o procedimento
Formulário de responsabilidade: aquele aplicado quando o proprietário decide ir contra a recomendação médica por qualquer razão e não quer pagar pela realização de exames essenciais, não quer internar ou autorizar algum procedimento como cirurgia.

Basicamente esses são os termos mais utilizados na rotina clínica.

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quarta-feira, 6 de maio de 2009

A fuga da Puru


A minha volta oficial ao trabalho estava programada para quatro semanas após a cirurgia, dia 4 de Maio. Porém no dia 03 eu fui escalada para alimentar os animais do Projeto na faculdade. Ao chegar no HVET eu chequei os prontuários, alimentei os animais, troquei água, mediquei... e dei por falta de uma cadela, a Puru. Ahhh, procurei essa cachorra em todo canto, pensei: e agora, que que eu falo pra dona da cachorra. Ontem ela estava aqui, de acordo com o prontuário, hoje não está mais. Como ela era menor que suas "colegas de cela", será que ela foi comida? Não não... ahh meu Deus, me ajuda.
Dentro de uma hora eu já tinha mobilizado minha IC (a Nancy, é a estudante de iniciação científica que me faz parte do meu projeto de mestrado) e o Givaldo, que é um funcionário do hospital, grande colaborador do projeto, e mora ao lado da universidade. Fui em seguida para o shopping com o Beto... mal comi.. não tenho mais prazer algum em passear na praça de alimentação do shopping. Além do que, não tirei Puru da cabeça. Pedi socorro pra outro vet me substituir na clínica no dia seguinte porque eu iria para a universidade procurar a Puru.
No dia seguinte cheguei no HVET arrasada, quando me falaram e a cadela estava solta, rodando pelo hospital. Bom, se espera que uma SRD pequena esteja assustada em um ambiente desconhecido. Chamei Nancy e Givaldo para tentarmos pegar a pobrezinha. Nos separamos, Nancy gritou: Alice, ela tá indo na sua direção!!!
Quando eu a vi, ela vinha correndo e eu me ajoelhei e disse: Vem, bebezinha, vamos cuidar de voc.......!!!
Nesse momento ela já se aproximava com mais de 700 dentes pra fora e um rosnado assustador... foi o tempo de eu pular para o lado e deixar aquele monstro seguir viagem.
A aproximação teria que ser diferente. Depois de cerca de duas horas ela estava acoada em uma saleta, presa no cambão, rosnava e mordia o cabo de aço do cambão com ódio nos olhos... quando eu consegui amarrar sua boca e conduzi-la para um canil de alta segurança, no qual eu não pretendia voltar tão cedo.
Na verdade, tudo aquilo era medo... eu geralmente falo que prefiro atender um cachorro bravo do que atender um cachorro com muito medo. Não se espera a mordida do cachorro com medo, o que acaba levando a acidentes por falta de cuidado.
Hoje a Puru está internada e mais cuidado tem sido dispensado no seu manejo no hospital. Ela já chegou com muito medo na primeira consulta e era esperado que fosse requerer um manejo mais específico. A Puru é um bom exeplo para ser usado entre os estagiários na orientação sobre comportamento, sobre manejo e as impressões que o animal acaba carregando do ambiente onde é realizado o exame físico. O tom de voz, a aproximação, tudo isso deve ser diferenciado e o indivíduo deve ser considerado.
Boa forma de recomeçar a trabalhar.

Recomendo o Fórum It's All About Dogs para melhor compreensão do comportamento de cães.

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