terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Eu quero um porquinho

Hoje eu cheguei em casa pedindo pro Beto me dar um porquinho


Kingsford Goes to the Beach - More free videos are here

Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Projeto TVT


Mais um projeto entrou na minha vida em 2008, o projeto TVT. Assim é conhecido o projeto que envolve o tratamento de cães com esse tumor, o Tumor Venéreo Transmissível, realizado pela minha orientadora, a Profa. Dra. Roueda, na universidade. Pois foi nesse projeto que eu comecei a trabalhar no mestrado.
Tive que bolar uma série de modificações para o projeto antigo, na realidade, só melhoramentos, pois a idéia principal já estava muito bem elaborada.
Diversos animais do bairro vizinho da Universidade são atendidos no projeto TVT, diagnosticados com esse tumor, e tratados... nesse tempo nós coletamos informações, dados, utilizamos manejo voltado para o bem estar...
Quando o proprietário não pode voltar semanalmente, o animal fica internado. Como temos que avaliar diariamente, e coletar os dados semanalmente, eu convoquei vários estudantes de veterinária. São os voluntários, a maioria do segundo semestre, mas tem gente de todo período. Eles então aprenderam a avaliar os animais, entenderam o objetivo do projeto e montamos uma equipe bem bacana. Desde que eu assumi, os animais internados recebem carinho, passeio e são avaliados diariamente.
Com isso, nós recebemos ligações do Centro de Controle de Zoonoses de Ilhéus e Itabuna, que souberam do projeto e entraram em contato para avisar que 3 animais haviam sido abandonados por terem esse tumor, e seriam eutanasiados... nós então buscamos esses animais, tratamos e já encontramos donos para dois deles.
Muitas coisas boas aconteceram no projeto em 2008 e encontrar um lar para Toquinho e Sarita foram as melhores delas. Ainda vou falar muitas coisas sobre o projeto, mas deixo aqui uma foto do Giva, que é o único que ainda não foi adotado. Esperamos que com o início do atendimento normal do Hospital no começo das aulas, a gente consiga encontrar um lar para nosso amiguinho.



Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Clientes, clientes e clientes....

Problemas com pagamento nós temos em todos os segmentos do comércio... mas em cada caso a gente dá uma driblada e foge do desconto ou do "faz um menos, doutora".

Eu acabo sempre dando um desconto em medicamento, ou estendendo um prazo, eu reconheço as dificuldades do meu cliente e tento não deixar ruim nem para mim, nem para ele.

Existem circunstâncias que fica até ridículo, que o cliente pede tanto desconto, ouve tanto não que no final ele ainda diz: e amostra grátis, doutora, tem???

É sempre a mesma coisa. Já tive uma cliente que brigou comigo por causa de uma taxa de "visita" de R$ 5,00 para vacinar seus cães em domicílio... sendo que ela morava bem longe da clínica e só de vacina ia gastar R$ 200,00. Outra cliente de um paciente que acabou vindo a óbito veio buscar todos os medicamentos do cão para o caso dela precisar tomar algum antibiótico, já tinha em casa.

Mas em compensação tem cliente que não dá um trabalho. Daqueles que qualquer comerciante gosta de ter.

E por um outro lado, em uma terceira visão, existem aqueles que investem no relacionamento com a gente, nem sempre são os maiores gastadores, mas são desses que a gente lembra. Eles amam seus animais, confiam na gente, são extremamente simpáticos, sempre lembram do veterinário. Como no natal ou dia do veterinário. Sempre alguém lembra da gente e traz uma lembrancinha. Eu tinha uma cliente, a Dona Laura, que eu levei para o hospital em certa ocasião, que sempre me presenteava com banana, canjica, pimenta. Esse ano um cliente que trabalha em uma fábrica de luvas e produtos de limpeza, me trouxe vários produtos. Já ganhamos perfume, xícara, bonequinha de veterinária, cartões de agradecimento, fotos.

Agora nunca fomos convidados para festa de aniversário de paciente. De 1500 pacientes que eu tenho, eu sei que uns 2% fazem aniversário com festa, mas nessas horas ninguém lembra do veterinário.

No dia do veterinário recebemos umas duas ligações, e ficamos muito felizes com a lembrança. A clínica não é só um comércio, mas antes de tudo, é uma instituição de relacionamentos. Fatalmente nós contruímos um relacionamento pois é necessária essa confiança, essa troca de informações e emoções. E é isso que faz do meu dia a dia tão cheio de história para contar.



Na foto: Uma cliente muito especial, a Ângela, o Eros e a Dra Fernanda

Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Emergências Parte 2


Quando a gente fica de plantão, tudo pode acontecer. Não saímos de casa para atender emergências procurando um culpado, mas uma solução.

Eu estava em minha casa, de plantão, em uma sexta-feira da Paixão. Mamãe estava em Brasília e havia me ensinado pelo telefone a fazer o bacalhau cremoso com pimentão vermelho e amarelo. O maior sacrifício foi encontrar esses pimentões em Ilhéus. Eu fiz tudo que ela explicou, direitinho, montei o prato no pirex e o telefone da clínica toca. Ahhhh... logo na sexta-feira da Paixão??

- Doutora, eu estava passeando com meu poodle, o Bobby, no bairro e ele comeu alguma coisa que está muito mal, acho que foi veneno de rato!!

Corremos para a clínica, cuidamos do Bobby, realmente ele estava intoxicado. Mas sexta-feira da Paixão não é dia de comer veneno. Voltei para casa por volta das 3 horas da tarde, terminei o bacalhau, fui para a casa da sogra e todos já tinham almoçado. O bacalhau ficou maravilhoso mas ninguém comeu, só no outro dia, bacalhau de geladeira. 

Envenenamento por "chumbinho" é muito comum em várias regiões do país. Apesar de estar proibido, as pessoas ainda vendem, ainda compram, ainda colocam no quintal, ainda intoxicam seus animais, ou os do vizinho. Sem contar na casuística gigante de envenenamento de crianças por esse "produto'.

O mais importante do atendimento de emergência é estabilizar o paciente. Certa vez, quando eu ainda tinha um consultório dentro do petshop, eu atendi uma intoxicação por "chumbinho" em um cocker idoso, na casa do proprietário, de madrugada. Quando eu fiz o atendimento e ele aparentemente estava estável, às 2 da manhã, eu o sedei para fazer uma lavagem gástrica, ele começou a respirar muito mal....  com edema pulmonar, e sedado, não conseguia ficar em pé para respirar. Resultado: após medicá-lo para aquela condição, eu passei cerca de uma hora segurando a cabeça do cachorro de frente para um ventilador, até ele sair da sedação, às 3 da manhã. Todos na casa do proprietário estavam dormindo, e eu ali acordada, segurando o cachorro para respirar, porque o dono achou por bem colocar veneno de rato. Eu deveria acordar um por um e falar: bora, levanta, vamos ficar acordados, reunidos, para salvar a vida do Toddy.

Envenenamento é o que mais ocorre em emergências. Eu nunca havia perdido um animal envenenado com veneno de rato. O primeiro que eu perdi foi o Nick, poodle da minha cunhada. Foi um dos piores atendimentos em feriado que eu fiz. Foi o mais triste... e foi tudo tão certinho, seguindo um protocolo... mas não teve como salvar o Nick. O envenenamento seguinte foi de uma gata, a Xana, também de madrugada, também veio a óbito. Também foi triste. 

Eu não gosto de sair de casa para atender e não salvar. Nem sempre a gente salva. Me consolo com a idéia que pelo menos o animal teve atendimento, e que eu fiz o que pude.

Para melhor conhecer as ações e efeitos do chumbinho, eu selecionei um material da Anvisa com Perguntas e Respostas sobre esse produto. 



Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

domingo, 11 de janeiro de 2009

Responsabilidade Técnica


Falar sobre a responsabilidade técnica é muito complicado. Vários veterinários já se formaram e assumiram o posto de responsável técnico de empresas como Pet Shops, frigoríficos, clínicas, sem nem saber o por quê ou as atribuições do mesmo. Da mesma forma o dono da empresa muitas vezes não sabe qual a função do responsável na mesma.
Todos os estabelecimentos que trabalham com produtos de origem animal ou destinados a animais, bem como consultórios, clínica e hospitais veterinários devem ser registrados no Conselho Regional de Medicina Veterinária e estão sob fiscalização do mesmo. O veterinário com sua anuidade em dia pode então "assinar" por essa empresa, sendo responsável técnico da mesma. Cada empresa exige horas semanais mínimas e para cada carga horária há um valor de salário mínimo a ser recebido. Eu sou responsável técnica por 2 frigoríficos e pela clínica e para cada emprego desses eu presto no mínimo seis horas semanais, por esse serviço deve ser pago 1,2 salário mínimo.
Certa vez me fizeram uma proposta indecente, me propuseram que fosse responsável por 5 empresas, dentre lojas agropecuárias e pet shops, na cidade ao lado, recebendo um salário mínimo pelas cinco, sem precisar visitá-las. Claro que eu não aceitei, mas acredito que algum colega deva ter aceitado. Infelizmente tanto estabelecimentos quanto colegas estão mal acostumados e acomodados com relação à responsabilidade técnica.
Hoje em dia tanto o conselho da classe quanto profissionais de consultoria prestam cursos para atualização e que falam das atribuições do responsável técnico nas mais diversas áreas. Além disso o assunto vem sendo cada vez mais tratado em congressos. Aos estudantes e colegas, recomendo o blog do Sérgio Lobato que é autor do livro Manual de Responsabilidade Técnica para Clínica Veterinárias e Pet Shops.
Para aqueles que queiram conhecer um pouco do meu trabalho como responsável técnica nos frigoríficos de pescado, falem comigo em Contato que terei prazer em compartilhar.

LEIA TAMBÉM:
Curso de Responsabilidade técnica

Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Segurem as crianças...


Quantas vezes você já foi ao veterinário levar seu cachorro ou gato, e aproveitou para levar as crianças? Como foi essa experiência?

O consultório/clínica veterinária não é um ambiente muito infantil, muitas vezes não tem atrativos, e as crianças simplesmente precisam brincar, ou perguntar, ou aprontar.

Às vezes a criança precisa fazer alguma coisa, então ela pede um papel, ela pede uma caneta, ela faz o desenho do seu cachorrinho (um traço) e pede outro papel, e eu estou perguntando ainda o telefone do cliente quando a criança já pediu 5 folhas de papel. A vontade é de perguntar: o senhor não está vendo que sua criança quer papel? Da próxima vez traz uma resma!!

Então você está fazendo a consulta, agradavelmente, e a criança está entediada. Ficar sentado, quieto, sem pegar em nada, em um ambiente cheio de novidades é torturante para a criança. Quando então ela resolve fazer uma fazendinha com seus cachorrinhos de enfeite, e o pastor desses animais é aquela bonequinha de "profissões" veterinária que você ganhou no último dia do veterinário. Quando a consulta acaba, todos os panfletos de vacina que estavam na recepção viraram aviões de papel, as latas de ração terapêutica montam um lindo castelo, os cachorrinhos de resina estão dentro da lata de lixo, presos, e o lixo que ali estava encontra-se acomodado no canto da sala. A criança então corre para você e te dá um abraço, e te pede para ouvir no estetoscópio. Os pais acham lindo... e você sobra arrumando.

Certa vez eu atendia uma gatinha de um cliente que tinha dois filhos. Esse cliente chegou abatido, com as duas crianças, queixando-se da mãe que havia saído e eles vieram de ônibus para vacinar a Mimi. As crianças tinham 5 e 3 anos e eles simplesmente não paravam. Enquanto eu pegava os dados do cliente o mesmo disse 50 vezes: LARGA ISSO...

Fui examinar a gatinha quando o cliente pergunta: o que que tem naquela sala?

"O laboratório"

ele diz: "João, saia do laboratório agora!!" e se volta para mim

"Sabe, doutora, ela fazia xixi na caixinha mas na semana passada.. MEU DEUS DO CÉU O QUE É ISSO?"

Eu tomei um susto enorme e quando me virei, o menino parecia ter vomitado fanta uva, ele estava com a boca, o queixo, pescoço, mãos e roupa completamente roxos. Corri para ver o que era e o Joãozinho havia subido na cadeira, pego o corante de lâmina de hematologia número 3 (panótico) que estava em um frasco de "mini m&m's" e resolveu beber. Esse corante é um líquido azul bem escuro e cora a pele, demorando algumas lavagens para sair. Mas antes de engolir, ele derramou o conteúdo sobre si, sujando até as meias. Rapidamente fomos ler a composição e felizmente não era tóxico. Eu terminei a consulta e o cliente, a gatinha, o irmão mais velho e o menino roxo foram embora para casa.... de ônibus.

Muitas experiências são divertidas, outras mais estressantes, mas mesmo assim, evite de levar crianças para a consulta com o veterinário. No consultório temos seringas, lâminas, há outros cachorros, e criança não pode ficar entediada... sentar e ficar quieto é sofredor para uma criança em um ambiente completamente novo. Recomendo visitar o veterinário um dia com a criança para ela conhecer, fazer perguntas, e tudo mais, afinal de contas, eles podem querer ser veterinários quando crescerem.



Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

domingo, 4 de janeiro de 2009

Por que não valorizo meu veterinário?


Por que paga-se a consulta do médico antes de entrar no consultório e a do veterinário tenta-se negociar no final?

Por que pede-se desconto na consulta quando vai comprar medicamentos no final?

Por que levam três cachorros para consulta querendo que seja cobrada somente uma?

Por que sempre esquecem a carteira quando vão para uma emergência?

Por que o ginecologista pede 40 exames para diagnosticar uma candidíase e fazer um checkup e querem que o veterinário faça milagre com um hemograma? ou pior, só com o exame físico?

Por que querem que eu anestesie um cachorro, colocando o MEU na reta, sem nem um exame pré-operatório?

Por que não me deixam fazer medicina e poder viver dela?

Eu resolvi falar sobre isso depois de bater papo no MSN com uma colega que está muito chateada com o desfecho de 2008. Mais de mil reais na mão de pessoas que não pagaram suas dívidas e esse dinheiro fazendo falta na clínica, na ceia do natal, nas férias merecidas mais nunca aproveitadas.

Não dá para viver do que se faz sem ter outros empregos e sem ser chamado de mercenário.

Ainda tem os descontos, cheques sem fundo, "amanhã eu pago" e tudo mais que nos cerca. Eu quero fazer bonito na medicina veterinária e receber bem como um veterinário em São Paulo, Brasília ou Salvador sem ter que sair de Ilhéus. Eu sei que no final existe sim a diferença pela renda mas não deve ser tão discrepante.

"Você tem que matar esta Irmã Dulce de dentro de você e começar a dizer: eu faço o serviço mas custa tanto, vai querer? se não quiser, diz que sente muito e manda procurar outro colega.
é exatamente assim que vou fazer!"..... se você fala isso por aí, ou até publica em um blog, vão te chamar de mercenário... mas é triste fechar o ano sem poder dizer que cresceu e que está satisfeito. Quantas pessoas desistem da profissão assim? Quantas clínicas fecham?

Valorize o veterinário do seu cão ou gato, ele estudou muito para isso, confie nele, assuma a responsabilidade de ser dono.

Quando eu me formei e peguei a minha carteira do conselho, em 2004, recebi uma tabela de honorários de 1999. Não sei se o Conselho já atualizou, mas, procurando pela internet, eu encontrei uma tabela do sindicado de veterinários do Ceará, tabela da ANCLIVEPA do Paraná (http://www.anclivepapr.com.br/documentos/listareferencial.pdf) vale a pena das uma lida para comparar.




Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

sábado, 3 de janeiro de 2009

De Volta às Aulas!!!


No meio de toda confusão da mudança, eu ainda estava estudando para a prova do mestrado. Estava tendo a seleção para a terceira turma do mestrado em Ciência Animal na universidade que me formei. 

Eram 10 textos em inglês... eu fui lendo um por um, naquela paciência, crente que ia dar tempo... enrolandooo, acabei lendo os três últimos na madrugada anterior à prova.

A prova de inglês foi fácil, só de estudar os textos para o mestrado eu já estudava inglês. A prova de conhecimentos não foi difícil também... era mais para discorrer sobre os textos estudados. Meu currículo não ajudava muito, eu nunca havia trabalho com pesquisa, não tinha nada publicado. Era somente EU e EU.

A entrevista foi interessante. Eu estava morrendo de medo de não passar. Eu havia tentado concurso para professor substituto cerca de 4 meses antes do mestrado, e eu estava tão confiante... éramos 4 e eu fiquei em quarto lugar. Me dei mal na entrevista. Então nessa entrevista eu tinha que fazer bonito.

"Alice, você tem intenção de trabalhar com ultra-sonografia no mestrado?" Sim

"Alice, você tem tempo?" Simmmmmmmmmmm

"Alice, fale sobre o seu projeto"... então.. vamos trabalhar com animais com tumor venéreo transmissível, fazendo um levantamento sobre epidemiologia, análises citológicas, e testar o uso de alguma droga que promova o sistema imune e ajude a combater o sarcoma. Ainda estamos pesquisando

"Alice, você tem uma clínica, e outros empregos, você vai se dedicar ao mestrado?".. PODE TER CERTEZA

Passei em quarto lugar de novo, mas dessa vez éramos 13.

Eu não sabia o que me aguardava... mil e um trabalhoss e dedicação completa. E mais uma área para embrenhar... a cancerologia.



Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A mudança



No post passado eu citei que há um ano eu e Renata mudamos a clínica de lugar. Tinha um ponto comercial um pouco maior que a clínica antiga que estava para alugar. Fomos conhecer, era bonitinho e de frente para a pista principal do nosso bairro, a Avenida Lomanto Júnior. Isso foi em setembro de 2007.

Juntamos o dinheiro para pagar o aluguel e fomos fechar o negócio, antes de assinar, a proprietária nos informou que outro corretor havia locado o ponto antes de nós olharmos e que teria que encerrar o negócio. Nós duas ficamos arrasadas, choramos depois, sozinhas na clínica... parecida tão certo, tão bom. Mas quando uma coisa tem que acontecer, ela acontece, e em dezembro do mesmo ano o ponto vagou novamente, e a proprietária nos procurou.

Precisava de reforma, as paredes eram verdes fosflorescentes, havia sido um salão de beleza. Os antigos inquilinos haviam levado tudo, inclusive tomadas e lâmpadas, até torneira das pias. Tivemos que gastar um pouco na reforma, comprar tudo de novo. Como tínhamos um pouco mais de espaço decidimos abrir o banho e tosa. Gastamos um pouco mais com a compra dos aparelhos.
A minha intenção era trabalhar até o dia 30 na clínica e inaugurar em 02 de janeiro, fazendo a mudança em 31 e 1.
O Beto brigou muito comigo por causa disso.. "eu estou de férias e você vai me arrumar trabalho pra 31 e 1??? quem vai trabalhar nessas datas?? só você sua doida!!"
E eu trabalhei, muito, com Fernanda. Depois que começamos no novo ponto ainda passamos um tempo até arrumarmos tudo.
Mas estar na nova clínica era muito gostoso, a vista era maravilhosa, a sensação de crescer também, enquanto que na clínica antiga a gente dava 10 passos de uma ponta à outra, nessa a gente dava 12... mas tava bom demais.
Ilhéus é linda... e trabalhar aqui agora tinha uma nova perspectiva.
Ainda falta fazer uma linda homepage da clínica, por enquanto há só o perfil do orkut (http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=12066789106852600435) , adiciona a gente, lá tem outras fotos e mais informações.


Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Primeiro de Janeiro de 2009



Todo dia primeiro de janeiro eu estou de plantão... e todo dia primeiro de janeiro eu acabo trabalhando. Antes da formatura eu me virava de garçonete na praia, e o primeiro dia do ano é o dia que a praia mais enche... claro que eu não curtia, trabalhava. Depois que eu me formei eu continuava de plantão nessa época.

No meu primeiro plantão de primeiro de janeiro, em 2005, eu atendi um poodle, o Luan, ele havia vindo da casa de praia da família com uma feridinha no olho. Essa feridinha era besteira, saia larvas de mosca dela, comumente conhecida como bicheira, ou miíase. Então eu sedei o Luan e fui limpando mais de 300 larvas de dentro do seu olho. Como diz meu amigo JH, foi bizarro!

No meu segundo plantão de primeiro de janeiro, em 2006, eu fui atender um rottweiler filhote, que tinha sofrido um corte de rabo (caudectomia) e acabou desenvolvendo na ferida uma bicheira. Então eu passei meu feriado limpando cerca de 50 larvas do rabo do cachorrinho.

No meu terceiro plantão de primeiro de janeiro, em 2007, eu atendi também, não me recordo bem quem foi, mas certamente não foi uma bicheira. Foi um caso de picada de abelha e um pinscher com a face tão inchada que parecia um pitbull, e uma família chorando, com medo de tal transformação.

No meu quarto plantão de primeiro de janeiro, em 2008, acabávamos de nos mudar, eu e Renata mudamos de clínica para a pista principal do nosso bairro, de frente para o mar, e eu corri com tudo como reforma e mudança para inaugurarmos em DOIS de janeiro... mas no dia primeiro mesmo, com caixas da mudança ao redor, eu e Fernanda atendemos um pinscher com convulsão, e logo viria a óbito, cinomose.

Hoje, no meu quinto plantão de primeiro de janeiro de 2009, eu atendi o Jerry, um poodle de 400 g e 35 dias... extremamente desidratado (cerca de 9% de desidratação, imagine que cerca de 10% já levam o animal ao choque e provável óbito)... por causa de uma diarréia, causada por uma verminose. Então eu comecei a soroterapia, meu primeiro desafio de 2009 foi "pegar" a veia de um poodle de 400g (usei pela primeira vez meu scalp 27, ehhhhh) .... estou evoluindo, de larva de mosca para verme intestinal...

E aqui em casa está o Jerry, no soro, bem mais animado... fazendo meu 2009 começar com o pé direito, que venha mais trabalho, mais poodles desidratados, mais tudo que imaginar, mais desafios.... como eu já disse aqui, veterinário reclama mas ADORA!!

 



PS: Estamos sendo prestigiados cada vez mais com a visita de profissionais na área de comportamento e treinamento, recomendo mais um blog, o Tudo de Cão.

Não se esqueça de seguir o blog, por Seguidores ou FEED.

• Diário de uma Veterinária


Bookmark and Share