Era uma vez, nos dias de hoje ...
...Trabalhar em dia de Feriado é sempre novidade. Ou é uma emergência, ou é um banho e tosa de emergência também, o que não deixa de ser novidade. Trabalhar em dia de feriado afônica nunca tinha acontecido comigo.
Eu apresentei um trabalho no mestrado há dois dias que me tomou a manhã toda, tanto que na aula da tarde não pude responder nenhuma das perguntas malvadas feitas pela minha orientadora.... fiquei AFÔNICA. Isso é terrível porque eu não sei a linguagem dos sinais, e mesmo que soubesse as pessoas não entendem meus sinais, eu começo a falar e a primeira reação da pessoa é rir para depois prestar atenção no que está sendo dito, então tenho que repetir tudo e a voz que já estava fraca vai sumindo cada vez mais. Entre uma frase e outra eu tusso para ver se melhora alguma coisa mas só detona mais ainda a garganta. Depois da aula tive que resolver um problema que envolvia boato e envolvia o meu nome, agora imagine eu ficando p. da vida com a situação e sem voz!?!?!? Nem tive como atrás da "fonte" falar alguns desaforos porque ela não entenderia, e eu teria que escrever...não, não deu certo. Talvez Deus tenha me deixado afônica para evitar meus desaforos...
Então ontem eu fui trabalhar, sem voz nenhuma ... e uma agonia constante de me expressar. Não atendi nenhum telefonema.... a estagiária atendia e falava: Sim, é da Casa do Bicho, ela está, mas está impossibilitada de falar, não, não está em consulta, ela está sem voz" e eu pensando: que situação ridícula.
Mas hoje foi pior, é feriado nacional, 15 de novembro, e eu fui trabalhar até meio dia, pensando: hoje todos vão para a praia, eu fico tranqüila até a hora de fechar, beleza pura.
Primeiro atendimento foi o Chatran, o insuficiente renal gravemente debilitado, que foi para eutanásia. Eu sempre gosto de discorrer sobre a doença. o procedimento, as implicações, mas acho que a senhora não entendeu nada, ela fazia uma cara de choro, pelo cão acredito, e de desesperdo, pelo papo provavelmente.
Eu desisti, fiz meu trabalho, atendi o próximo cliente, um filhote para vacinar de um proprietário cheio de dúvidas. Eu sussurrava as respostas e ele não se compadeceu de mim, cada vez perguntava mais, até que eu anotei tudo e prometi mandar por e-mail.
Deu meio-dia..ÓTIMO.. fechei tudo e fui para casa. No caminho me ligaram 2 vezes para perguntar sobre banho e tosa, e eu aos berros consegui dizer que só segunda-feira. Ao chegar em casa me liga uma amiga, querendo internar a cachorra, está debilitada e precisa ficar no soro. Mais uma vez eu volto para a clínica para pegar os medicamentos e interná-la aqui em casa mesmo, é uma poodle pequena que não deu o menor trabalho...
Meu trabalho eu sei fazer, mas hoje eu faço muito melhor se não tiver que falar.
OBS: acabaram de me ligar para perguntar se abriremos normalmente na segunda-feira, se tem que marcar consulta e o valor.... espero que ele tenha entendido pelo menos o valor.
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3 comentários:
Oi!
"Vc nao falar é uma benção"!
providencia divina...
Amo vc Porca...
Carlos, irmãozinho querido, eu estou sem voz mas continuo falando, rouca, sussurrando.. .a minha necessidade de falar não está ligada à minha voz...
Sempre tive medo da minha voz acabar, eu falo: se a gente tivesse uma quantidade de palavras para falar a vida toda, a minha já tinha acabado faz tempo e eu precisaria comprar dos outros :D
tadinha de minha bichinha.... e eu nem dei remedinho...
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